«I try to be as progressive as I can possibly be, as long as I don't have to try too hard.» (Lou Reed)
quinta-feira, março 30, 2006
Paradoxo da televisão
Em horário nobre só passam programas populares.
Jack Johnson
A coisa mais musical de Jack Johnson é o nome.
quarta-feira, março 29, 2006
Parar
Dizem que é difícil saber parar. Eu acho que difícil é saber não parar.
Últimas
Atenção aos textos do André sobre a situação em França. Especialmente a este e a este.
sexta-feira, março 24, 2006
Na mouche
«Os partidários da guerra admitem que a América precisa de mais gente, de mais dinheiro e de mais tempo, de muito mais tempo, para que a política "pró-activa" não acabe num absoluto desastre. Mas com a popularidade de Bush a descer, suspeitam que o fim da aventura se aproxima e vêm outra vez com a velha história sobre a "fraqueza moral" das democracias. Sobre a suficiência, a ignorância e a cegueira que levaram ao beco sem saída da "intervenção" nem um pio.»
[Vasco Pulido Valente, Público de hoje. Pena que, tendo deixado de escrever no espectro a pretexto de ter subitamente sentido uma «falta de tempo» danada, não disponibilize lá os textos que publica na imprensa, como fazia antes.]
quinta-feira, março 23, 2006
Coisas
Cech é eslovaco.
quarta-feira, março 22, 2006

Tudo à espera de sexta.
terça-feira, março 21, 2006
Os acontecimentos na França
«Quando me pediram a minha opinião, fechei-me em olhares dubitativos e refugiei-me na crítica da métrica das palavras de ordem - a minha especialidade quando se trata de manifestações.»
[André Belo, nos intervalos do bookcrossing, ao qual também já iremos.]
Tanga
«Outra das razões para o aumento do bullshit, ainda segundo [Harry G.] Frankfurt [autor deste livro], é o facto de a sociedade actual exigir de todos que tenhamos opinião sobre tudo, mesmo sobre aquilo que desconhecemos - o que constitui uma excelente oportunidade para bullshit.»
[do artigo de José Vítor Malheiros no Público.]
Transatlântico num minuto
Um amigo tem a gentileza de me perguntar que horas são neste momento no Rio (faz-me a lisonja de presumir que eu saiba) e a minha cabeça dispara para lá. Estou aqui, a sair da minha varanda, e estou também no Catete, onde - faltam quinze para a uma - há já muita gente a dirigir-se para o restaurante a quilo. Olho do meu terraço e vejo perfeitamente o que vêem as pessoas que estão neste momento no terraço do Othon de Copacabana (há sempre pessoas no terraço do Othon, durante o dia). Há um fio imaginário que me liga ao Rio de Janeiro, como se fosse próximo como o Largo do Chiado. Não vou lá há quase dois anos, mas na cabeça continua a ser assim.
segunda-feira, março 20, 2006
A linha editorial do New York Times sobre
Eu não sigo os Sopranos, porque não tenho o costume de acompanhar séries televisivas, a não ser o Choque Ideológico. Mas não deixo de achar curioso que o New York Times de hoje (isto é, domingo) dedique um dos seus editoriais à série. E não é ao marketing dos Sopranos, à estratégia comercial dos Sopranos, ou mesmo à sociologia dos Sopranos; não - é à série e ao que lá se passa.
domingo, março 19, 2006
E Ricci

(clicar nas imagens traz grande vantagem.)
Ricci
Ricci
 Rainha dos rebeldes, como diz o site
Ontem de noite vi A Tempestade de Gelo, de Ang Lee. Sem grande entusiasmo, devo dizer: tinham-me criado expectativas para um filme melhor. As personagens adultas parecem-me todas um tanto esquemáticas; e há a impressão, pelo menos durante a primeira meia-hora, de que tudo o que entra em cena é um sinal, se destina a transmitir-nos uma mensagem, a construir um estereótipo. Tudo - até à cama de água. Reaccionário demais, mesmo para meu gosto. As cenas entre os miúdos são melhores, gosto de Tobey Maguire, Elijah Wood não está mal, o miúdo pequenino (Adam Hann-Byrd) é bastante surpreendente na sua violência controlada. E há um fenómeno, uma coisa do outro mundo, uma criatura meio alien mesmo pelo formato gorducho das mãos, do corpo, nos olhos: Christina Ricci. Com uns 16 anos que parecem 13, custa a entender tanto talento, uma miúda tão nova.
sexta-feira, março 17, 2006
[Do texto de Vasco Pulido Valente sobre a escolha de assessores de Cavaco]
«O assessor para Assuntos Políticos e grande nome da revista Atlântico, António Araújo, o consultor para Assuntos Políticos, o notório dr. Espada, e a consultora para a Ética e Ciências da Vida, uma açoriana, podiam perfeitamente ter saído ontem de uma caverna qualquer do Bible Belt, a berrar por Bush. Será que o dr. Cavaco, que sempre julgámos relativamente equilibrado, quer de facto embarcar numa cruzada moral contra o aborto, a pílula, o divórcio, a homossexualidade, a pornografia e o resto dos crimes sem perdão em que o "niilismo" moderno nos "poluiu"? Se quer, precisa de músculo: e tem muito músculo no dr. Carlos Blanco de Morais, da "nova direita" e da revista Futuro Presente, conhecido apologista da "maneira forte", que da imigração à nacionalidade já mostrou o seu apego à "ordem".»
quinta-feira, março 16, 2006
Tentativas de atravessar uma praça
Recebi este anúncio a um livro que me parece de interesse geral. Não li a obra mas conheço o filme:
O Departamento de Antropologia do ISCTE anuncia a publicação do livro de Hélène Fretigné Uma Praça Adiada: Estudo de Fluxos Pedonais na Praça do Duque de Saldanha. Este livro oferece ao leitor um estudo inédito e inovador sobre como um espaço público urbano é apropriado e vivido pelos cidadãos que o cruzam. Beneficiando do distanciamento do seu olhar face à realidade do trânsito em Portugal, a socióloga Hélène Fretigné apresenta-nos a história da transformação, pela autarquia lisboeta, de uma praça acolhedora em inóspito local de passagem, e analisa detalhadamente as tensões, os riscos e os conflitos de uso que opõem peões a automobilistas, ambos reclamando o seu direito a esse território alcatroado. O livro divide-se em duas partes: A primeira parte é uma análise histórica da evolução da praça no contexto do desenvolvimento urbanístico novecentista das Av. Novas, e a polémica da demolição do Monumental, nos anos oitenta, quando a autarquia lisboeta prometeu aos munícipes a "devolução da praça aos peões". A segunda parte analisa a situação actual da praça, feita de agressão contínua aos peões nas suas tentativas de a atravessar, agressão essa em que a CML tem responsabilidade, já que autorizou, a partir dos anos oitenta, a construção de 3 centros comerciais cortados por uma via rápida, e não oferece aos cidadãos condições de travessia confortável e segura, e muito menos disponibiliza as condições para o usufruto condigno do equipamento urbano que é uma praça central da cidade. O livro contém um caderno de fotografias, um mapa de ocupação do espaço da praça, diversas plantas e quadros com tempos de atravessamento, velocidades praticadas, etc.
Preço de capa: € 14 Número de páginas: 125 Número de fotos: 25 Vários mapas, plantas e quadros Distribuição: Assírio & Alvim
quarta-feira, março 15, 2006
Depois não digam que a gente não avisou.
terça-feira, março 14, 2006
História integral da blogosfera
A série fuligem, pelo maradona.
(Não apagues já.)
O ícone
 Christine Keeler
O post é típico Mexia, excepto a escolha da ilustração.
Muu

A rapaziada do Ilhas e do Muu teve a belíssima ideia de me dizer para ir a São Miguel, onde já não estou desde 1997. No fim-de-semana de 24 a 26 deste mês organizam lá um encontro entre bloggers, com conversa, passeio e cozido nas furnas. Quem quiser, tem vôo e estadia por cerca de 200 euros. A atracção de conhecer bloggers é discutível - por alguma razão eles escrevem - mas, para quem nunca tenha ido aos Açores, o programa é imperdível.
Estou numa idade delicada, tenho 27 anos. [Jorge Andrade, de acordo com a notícia do Público]
Patalógico

No domingo comprei o novo livro do Rui Tavares e li-o. Apaixonantes, os textos críticos (Murakami, Sebald, Orwell, Abu Ghraib): dão vontade de levantar o cu e ir comprar os livros. Há na escrita do Rui duas coisas muito, muito prazeirosas: a relação pessoal que ele estabelece com os livros e o divertimento geral que tem com a escrita. Isto é uma marca que se sente normalmente nos textos dele, do livro do terramoto ao muito que nos blogs tem escrito. Gosto menos dos textos de posts aqui, porque a transposição de blog para livro parece-me, em regra, altamente discutível: nem tudo o que é bom tem que estar em livro. Há pérolas, sobretudo naqueles assuntos que se desenvolvem como uma obsessão, um argumento continuado e original (por exemplo, a questão do ensino, a atenção à língua); também são muito boas as notas pessoais (SEF, Paris, etc.), bastante próximas do tom de «crítico cultural» dos outros textos longos de que gostei muito. Há um exemplar notável de escrita humorística («Um domingo liberal para você, ó excelência!»), que não deve nada aos melhores do género. Mas já tenho muitas dúvidas no caso da polémica com o Bruno Reis (que devia pelo menos levar uma grande volta formal antes de entrar aqui), na dissertação sobre o Papa e o preservativo e nas notas sobre o santanismo. Pelo contrário, do «anibalófis», uma peça recentíssima de meia-dúzia de páginas sobre Cavaco, gostei muito. A capa - e a edição em geral - muito bonita.
O Rui lança o livro amanhã, na fnac do Colombo, às 20h. Quem faz a apresentação é o Ricardo Araújo Pereira.
Tem crianças na platéia?
[Para a dona do gato.]
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