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A Praia

«I try to be as progressive as I can possibly be, as long as I don't have to try too hard.» (Lou Reed)

teguivel@gmail.com

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terça-feira, novembro 29, 2005

Mission accomplished
[do editorial do Economist desta semana, «Why America Must Stay»]

(...) Two-and-a-half years after Mr Bush stood beneath a banner proclaiming “Mission Accomplished”, the insurgency is as strong as ever. More than 2,000 Americans, some 3,600 Iraqi troops, perhaps 30,000 Iraqi civilians and an unknown number of Iraqi insurgents have lost their lives, and conditions of life for the “liberated” remain woeful. All this makes Mr Bush's refusal to sack the people responsible for this mess, especially his defence secretary, Donald Rumsfeld, alarming.
(...) Over time, American numbers should fall. But that should happen because the Iraqis are getting stronger, not because the Americans are feeling weaker. Nor should a fixed timetable be set, for that would embolden the insurgents.
The cost to America of staying in Iraq may be high, but the cost of retreat would be higher. By fleeing, America would not buy itself peace. Mr Zarqawi and his fellow fanatics have promised to hound America around the globe. Driving America out of Iraq would grant militant Islam a huge victory. Arabs who want to modernise their region would know that they could not count on America to stand by its friends.
If such reasoning sounds negative — America must stay because the consequences of leaving would be too awful — treat that as a sad reflection of how Mr Bush's vision for the Middle East has soured. The road ahead looks bloody and costly. (...)
 
Um testemunho indispensável sobre a vida duma beta gira


(...) um testemunho indispensável sobre a vida duma beta gira entre o princípio dos anos 1960 e meados dos anos 1970, que acaba, bastante por acaso, por transformar-se em intelectual, entre as eras pré-pílula e pós-pílula, o salazarismo e a democracia, entre os betos de Cascais e os intelectuais da avenida de Roma, com umas passagens por Oxford e Cabanas de Tavira, num tom sempre algo autocrítico, quase humilde por vezes, que desarma quaisquer bocas que apeteça mandar. (...)
 

sexta-feira, novembro 25, 2005

Frases para impor respeito
[série do bombyx-mori, adaptada]

«Eu só me interesso por política internacional.»
 

quinta-feira, novembro 24, 2005

PdI
«Está um gajo na tv que parece o Ivan mas em gordo.»

[uma das centenas de mensagens de saudação que recebi desde 3ª feira]
 

quarta-feira, novembro 23, 2005

 

terça-feira, novembro 22, 2005

Podem dizer o que quiserem, com aquela parte sobre o talento está feita a lisonja
The Jesus And Mary Chain
You Are... The Jesus And Mary Chain.

You are moody and unpredictable. You are the underdog who refuses to sink to the bottom. You have more talent than you ever really let anyone know. It almost seems as if you try and sabotage whatever good things may be going on in your life, and you often feel like you may be giving people a bit too much of yourself. Being in the spotlight is something you find to be rather uncomfortable though you secretly yearn to be loved by everyone. You lean toward things of a darker nature and are prone to self destructive tendencies. You struggle with happiness for the simple fact that you seem to be in love with your misery. You are a realist.

what Creation Records band are you? (complete with text and images)
brought to you by Quizilla
 

segunda-feira, novembro 21, 2005

Impeach Mexia
Não vou dizer que é o pior filme do ano, porque este ano tem sido pródigo em filmes péssimos, e mais que todos vi os quinze primeiros minutos de Tarnation (depois, evidentemente, saí). Mas Elizabethtown é certamente o mais cretino - desengraçado, mal representado, piroso (a banda sonora é de antologia). O filme é tão mau que até tem o Alec Baldwin. Isto é um aviso. Talvez você, estimado leitor, seja um adolescente de 14 anos, and not very much on the brainy side, e imagine que o filme é para si; foi, pelo menos, o que eu imaginei durante uma hora. Mas depois da cena final do sapateado ficou claro que não era: talvez doze, se não for do género de puxar pela cabeça.
Bem sei que Mexia, o crítico de cinema, o bom amigo, gostou muito. Impeach Mexia.
 

sexta-feira, novembro 18, 2005



A partir da próxima 3ª, estarei na RTP-N todas as semanas, às dez da noite. Choque ideológico com Helena Matos.
 

quarta-feira, novembro 16, 2005

Evitar o sectarismo
O combate político tem muitas ratoeiras. Uma tem que ver com a animosidade que se gera de parte a parte. Nem sequer estou a dizer que não devia ser assim. Ao contrário de outros, eu sei que algumas das nossas posições políticas contêm uma dimensão de escolha moral. Nem todas as posições políticas podem ser vestidas de um ponto de vista moral, e duas pessoas podem perfeitamente discordar respeitando-se, colocando-se perfeitamente no lugar do outro. Mas nem todas. Algumas são escolhas morais.
Portanto, gera-se animosidade, indignação, às vezes sectarismo. Mas por outro lado é preciso ter espaço para respirar, porque se não se sai do registo da indignação acaba por se perder muita coisa, por não se perceber muita coisa. Pacheco Pereira, por exemplo: não só discordo dele em muitos aspectos, mas frequentemente o que ele diz provoca-me indignação. Vejo, ou julgo ver, os truques. Por outro lado, tem inúmeras qualidades, há imensas coisas de que ele fala, para que ele chama atenção, com as quais se aprende. O Abrupto, por exemplo: veja-se aqui, aqui, aqui. Estas notas não se encontram noutros lugares, e são sinais de uma inteligência atenta. Para mim são também um intervalo na campanha eleitoral.
 

terça-feira, novembro 15, 2005

Salvo pela amiga (o que há num nome)
Não sei quem é a amiga, mas gostava de lhe mandar um abraço, por me ter resgatado à justa da não-existência.
Este tipo de coisas faz-me lembrar um episódio da minha juventude. Teria uns 15 ou 16 anos e um amigo convidou-me a ir a casa dele, em Campo de Ourique. Era uma casa muito chique. Chegado lá, apresentou-me:
- «Avó, este é o Ivan.»
- «Ivan? Que horror! O seu pai é comuna?»
- «É.»
 

segunda-feira, novembro 14, 2005

Curso rápido de cultura clássica
Eu tinha avisado para a hubris. Parece que agora o Lomba encontrou a sua nemesis: aqui, aqui e aqui.
 

sexta-feira, novembro 11, 2005

Rectificação
[dali, texto do André Belo]

O nome deste bistrot: «Garedelest» é uma alcunha dada, em circuitos notoriamente não sarkozyanos, aos portugueses de Paris. É uma alcunha que nunca ouvi dita, mas que só pode ser verdadeira porque é muito fiel. Não se deve ler o nome com gravidade, à francesa — «Gare de l'Est» —, mas sim com toda a adulteração, suave e radical ao mesmo tempo, mariosoarezesca, do francês quando ele é falado pelo português. Pronunciando-se assim: gárdeléchte. Com o R como em "Guarda". Com o S antes do T como nós o dizemos, como se fosse X ou CH. Com o L que mal toca no palato, blasé, como se não quisesse ser L. E com as vogais mudas comidas pelas consoantes. Enfim, à portuguesa.
Acho que é uma alcunha afectuosa, uma homenagem à nossa língua.
«Gare de L'Est» — a autêntica — daria um blogue mal frequentado, um bistrot onde se bebe e fuma muito desde manhã cedo, perto de sex-shops e boulevards poluídos. Isto seria o blogue se reproduzisse a realidade. E eu sou só o dono do bistrot. Mas os blogues reproduzem fantasias. Que, por sua vez, são realidades muito palpáveis.
 

quinta-feira, novembro 10, 2005

O regresso da Rita
Tenho visto muitas declarações de intenção a iniciar blogs; editoriais; proclamações de princípio. Mas merece que se destaque esta:

«A autora acredita que é possível contar todos os dias uma história de amor diferente.»

Vamos ver. No sorriso do bisturi.
 

quarta-feira, novembro 09, 2005

Gare de l'est
«La France, tu l'aimes ou tu la quittes. A mensagem é para todos os franceses? Claro que não: é para os "árabes" e é para os "pretos". Quem mais é que De Villiers, esse senhor da Vendeia reaccionária, trataria condescentemente por tu?»

[Esta e outras questões no novo blog do André Belo, oportunamente escrito a partir de Paris]
 
Ai Portugal, se fosses só três nomes
Não eras um país. Eras, provavelmente, um blogger de direita.
 
A campanha vai ser realmente difícil
Está visto que o Prof. Cavaco não vai abrir a boca, a não ser a comer.
 

terça-feira, novembro 08, 2005


25 de Abril de 1975, dia em que o PS ganhou as eleições para a Assembleia Constituinte. Foto de Jean Gaumy. Clique na imagem
 

segunda-feira, novembro 07, 2005

Trabalhinho de casa, sff
[outro texto por cortesia do André Belo]

Não digo que se tenha de estar em Paris para escrever sobre o que se passa, mas pode fazer-se um mínimo de trabalho de casa. Colocar em título, como fez o Público na sexta, "Paris em estado de sítio" é o contrário de informar. Não estava, não está, e foi perfeitamente possível, nestes dias que passaram, ser turista português em trânsito para a Euro-Disney e não saber nada do que se passa, a não ser pela televisão. Os parisienses também não conhecem as cités da "banlieue" norte. É isso mesmo: são guetos ou cidades-dormitório. Mas à volta de Lisboa é muito diferente?
Hoje, no mesmo jornal, um colunista (não identificado na edição online) escreve que o Estado francês "há muito desistiu de manter a lei no metro". Qualquer que pessoa que conheça minimamente o metro de Paris, mesmo só como turista, sabe que isto é totalmente falso. Há sete anos que vivo nesta cidade e nunca me senti inseguro no metro (nem no resto da cidade, aliás) uma única vez.
 

domingo, novembro 06, 2005

Debaixo de Sarkozy o fogo
[Directamente de Paris, um post escrito pelo André Belo]

Explicar não é justificar. Explicar é tentar perceber por que razão as coisas acontecem. Sem se perceber por que razão as coisas acontecem, não se pode lutar contra o que há de mau no que acontece. Tem-se dito na imprensa e nos blogues portugueses, e com muita razão, que a actual violência urbana nos subúrbios de Paris e noutras cidades francesas exprime as contradições flagrantes entre a retórica da integração existente neste país e a dura realidade da forte segregação de uma parte da sociedade. Mas se o objectivo for fazer uma análise política da actual situação, então teremos de fazer algumas distinções essenciais. Se não as fizermos, todos são responsáveis e ao mesmo tempo não é ninguém. Ou então resume-se tudo a um caso de vandalismo e de polícia — e é deixar a nossa sociedade arder.
A expressão criminosa da cólera social por jovens adolescentes suburbanos representa não a rejeição do modelo social francês — os jovens violentos das "cités" são precisamente os que ficam à porta da integração nesse modelo; é por isso que, de forma cega mas significativa, atacam alguns dos símbolos dessa integração —, mas o falhanço da agenda securitária musculada conduzida nos últimos anos por Nicolas Sarkozy, o ministro da administração interna dos governos do partido de Chirac. As causas da cólera são profundas, vêm de trás e têm muitos responsáveis, à esquerda e à direita, mas não é por acaso que os jovens entrevistados nas escolas e nos bairros dos subúrbios — por vezes familiares, amigos, conhecidos de quem incendeia os carros — apontam o dedo a Sarkozy e pedem a sua demissão. Eis uma reivindicação perfeitamente racional. Aos olhos deles, Sarkozy é, nos últimos anos, o rosto da não integração e, pior, da provocação vinda do Estado. Não se trata de diluir outras responsabilidades nem de propôr o diálogo contra cocktails molotof. Mas as políticas exclusivamente policiais conduzidas por Sarkozy não só não atenuaram o sentimento de insegurança como o reforçaram, como agora se vê, de modo espectacular.
É preciso perceber o que significa Sarkozy politicamente. Este é o "homem forte" que foi louvado por tantos, inclusive por uma parte da esquerda francesa, por não revelar a "tibieza" do governo de Jospin diante dos problemas de insegurança. Foi ele quem disse aos eleitores de Le Pen que tinha entendido a sua mensagem quando este passou à segunda volta nas presidencias de 2002. Foi ele quem decidiu passar à acção e meter ordem "nisto". É ele quem hoje trata, num verdadeiro lepenismo de contrabando, politicamente legitimado, os jovens cidadãos franceses como "racaille" ("escumalha"). Da República, Sarkozy não guardou sequer a retórica da igualdade. Guardou apenas a polícia, e no seu sentido pré-moderno: trata-se de "limpar" os bairros perigosos. Nos últimos anos, retirou das "cités" a polícia de proximidade e apostou tudo na polícia de intervenção, fortemente armada e com uma lógica de confronto. É esse hoje o rosto do Estado francês nos subúrbios difíceis; o resto é corte de subsídios às associações locais, ausência ou degradação visível das instituições públicas de integração social, sobretudo as escolas. O resultado está à vista: um incidente envolvendo a presença da polícia levou à morte de dois adolescentes. Nas "cités", a identificação clara do rosto do inimigo ateou o rastilho dum incêndio enorme que o governo agora vai ter que apagar, sabe se lá com que meios.

PS. Acabo de ver uma peça do telejornal da televisão portuguesa mostrando alarmante linguagem insultuosa e apelos à vingança de blogues franceses de homenagem aos dois jovens que morreram em Clichy-sous-Bois. Esqueceram-se apenas de dizer (embora se pudesse ver pelas imagens) que esses insultos vinham essencialmente do espaço de comentários, a coberto do anonimato, onde todo o vandalismo verbal é possível. Esperemos que Pacheco Pereira, na sua infinita imparcialidade analítica, tenha anotado mais este exemplo de "bloquismo de esquerda" da RTP.
 

sexta-feira, novembro 04, 2005

Um exemplo de ética
Todos os maus escritores deviam ter a decência da Inês Pedrosa, e avisar-nos colocando um grande cliché no título. Fica comigo esta noite. Fazes-me falta. Como literatura será péssimo, mas do ponto de vista ético é exemplar. Quem, entre os leitores, poderá dizer que não estava avisado?
 

quinta-feira, novembro 03, 2005

Hoje comprei a Visão. Há dias assim. Por outro lado, valeu a pena para ler as coisas que o Mega Ferreira diz a propósito do livro do Rui Tavares.
 

terça-feira, novembro 01, 2005

Terremoto
São nove e meia da manhã e estão a tocar os sinos. É para anunciar que começou mais um grande blog do pequeno Rui Tavares. Já está muito bonito, muito profissional. Bem vindo.

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