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A Praia

«I try to be as progressive as I can possibly be, as long as I don't have to try too hard.» (Lou Reed)

teguivel@gmail.com

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terça-feira, junho 27, 2006

(continua)


Não vou dizer nomes. Quem não entende um jogador de futebol que chora não entende nada de bola.
[A explicação está aqui: Nor should the depth of those dreams be minimized.]
 
Festa é festa
Mão amiga faz-me chegar um anúncio à Festa do Avante que incita: «Informa-te nos centros de trabalho do PCP e participa nas jornadas de trabalho.» Isto para mim já é trabalho a mais.
 

sexta-feira, junho 23, 2006

Brasileirismo
Acabo de ler o que escreveu sobre a sessão de Alexandre Soares Silva, ontem, na Casa Pessoa. (...) Agora, brasileirismo a sério veio no fim, quando ele disse: «Nós agora vamos jantar, se quiserem venham também... etc.»
[um email]
 
Mais cedo ou mais tarde, o seu ex-diário
Dois elogios ao Pacheco Pereira: tem toda a razão quando protesta por o Público ocupar as primeiras dezassete páginas da edição de ontem com o mundial de futebol. Não havia sequer nenhuma notícia especialmente relevante: o rame-rame da selecção, preparando o jogo de daí a três dias, depois de uma vitória medíocre num jogo para cumprir calendário. Outro elogio por colocar online o artigo que publicou nesse mesmo jornal, acrescentando links no lugar das referências, o que é para mim, desde o início, a grande vantagem da blogosfera. Não: realmente ontem não havia nenhuma razão para comprar o Público. (Mesmo o artigo do Bruno Prata, com trocadilhos sobre o «julgamento de Nuremberga», era fraquinho.)
 

quinta-feira, junho 22, 2006

Visita
Este final de tarde fui à casa Fernando Pessoa ver o Alexandre Soares Silva. A coisa curiosa começa logo aí: eram seis e meia da tarde, talvez mais uns minutos, e o Soares Silva olhou para o relógio e disse: «Boa noite - já é boa noite». Estamos nos dias mais longos do ano, suponho que português nenhum se lembraria de dizer que àquela hora era de noite. Talvez em São Paulo esta coisa do dia mais longo e do dia mais curto não tenha nenhuma importância: pelas minhas contas, deve ser de noite pelas seis e meia da tarde (mais 1/2 hora, menos 1/2 hora) durante todo o ano.
Esse foi o primeiro brasileirismo. Outro é que eu simpatizei com ele também por ele ser brasileiro. Pode dizer-se isso de um sujeito que não gosta do Brasil? Ok, não dançou samba, não tocou pandeiro, não torce pela seleção, só falou de livros em inglês. Mas havia ainda aí uma informalidade, uma afabilidade que não se acha tanto por aqui.
E nisso foi a outra supresa: fui ver o Soares Silva sem esperar muito de bom do personagem. Uma amiga brasileira - mais jovem e mais de esquerda - dizia-me, quando eu lhe mostrei o livro dos Wunderblogs, que adoraria conhecê-lo, e eu fui cético. Imaginei que fosse sair um tipo pomposo, ou arrogante, ou pateta, cheio de tiques, um personagem muito construído, sempre colado à pele. Saiu delicado, cortês, engraçado, amistoso num jeito meio tímido.
Disse que não gosta do Brasil, que a música do Chico sempre lhe evoca imagens da ditadura militar (a preto e branco, suponho). (Ah sim? E este cd? E este cd? E esta?) Falou de Nabokov, P. G. Wodehouse, Agatha Christie, Master & Commander, Uma Conspiração de Estúpidos, Evelyn Waugh, Conan Doyle, com graça e intimidade. Fez circular os livros.
 

quarta-feira, junho 21, 2006

Betinhos
Já acho bastante curioso que os jogadores da selecção portuguesa se cumprimentem com um beijinho, num país em que os homens nunca se beijam (a não ser entre familiares próximos). Mas o que me faz mais confusão é aquela coisa de ser um beijinho só, como se fossem tias da Lapa.
 
As coisas que hoje em dia se encontram na net
Negrete (queridos anos 80).
 

domingo, junho 18, 2006

Expressões que urge recuperar
E, quando assim é, quem ganha é a modalidade.
 

terça-feira, junho 13, 2006

Pontes, que em Veneza são muitas
«Uma semana com dois feriados à terça e à quinta é uma espécie de Veneza: vemos pontes por todo o lado. Ou melhor: é como se toda a semana se transformasse numa espécie de imponente ponte de três arcos, saltando por cima de três rios de trabalho e sobrevoando-os a uma altitude prudente (...).
Ao ouvir certos discursos "antipônticos" dir-se-ia que a salvação para o desenvolvimento do país estaria na produção que se faria nestes dias e que essa salvação tinha acabado de ser destruída pelos feriados aziagos e pela preguiça de alguns inconscientes.
(...) Seria um excelente sinal se os portugueses pudessem admitir que não há nada de pecaminoso no gozo de pontes, como não há no gozo de férias, folgas ou fins-de-semana. As razões do subdesenvolvimento português não têm a ver com as folgas que se gozam, mas com a maneira como não se gozam, com a maneira como se trabalha. Nem têm a ver com as horas que se permanece no local de trabalho mas com o que se faz nessas horas e até nas outras.
(...) Há quem pense que todo este aproveitamento dos pretextos para não trabalhar (...) existe apesar da cultura das empresas - que seriam lugares de organização, brio, empenho produtivo e estimulante criatividade. Não parece que seja assim. É mais provável que o recurso a esses pretextos decorra da cultura das empresas, onde a gestão se confunde nem sequer com a burocracia mas com a pose burocrática no pior sentido do termo, a deslibidinização do trabalho se confunde com produtividade e o prazer do trabalho não se confunde com coisa nenhuma porque não se sabe que cor possa ter.
A ética do trabalho calvinista, segundo Max Weber, pregava a austeridade e acreditava que o trabalho trazia a salvação. Os portugueses, feitas as contas, sabem que as pontes são mais capazes de lhes salvar as almas que umas horas no escritório. É bem possível que tenham razão.»
[José Vítor Malheiros, hoje]
 

sexta-feira, junho 09, 2006

Se você fosse uma selecção presente no Mundial, qual seria?
Bom. Cela va sans dire.
[via BI]
 

quarta-feira, junho 07, 2006

eh lá! isto não é brincadeira nenhuma!

Jenna Jameson, tal como se apresentava há dias no Bomba

Não me interpretem mal: as fotos são sem dúvida muito belas, mas alguma coisa me cansa neste projecto de coleccionar fotos extraordinárias de raparigas extraordinárias dia após dia. E o que me cansa é isto: salvo raras excepções, elas nunca estão nuas e elas nunca estão vestidas. É tempo de alguém reclamar a superioridade das mulheres nuas e das mulheres vestidas. A imagem da Jenna Jameson que a Charlotte colocou há dias é um portento, porque combina o máximo de libertinagem com um máximo de discrição. É só uma miúda de sardas, com um aspecto quase vulgar (certos amigos estão ainda por descobrir as vantagens de um aspecto quase vulgar); e, ao mesmo tempo, evoca a pornografia, porque é a Jenna Jameson, rainha do cinema porno. Ora, o cinema porno encontra-se na fronteira da respeitabilidade social, mas do lado de fora da fronteira. Não sei onde se foi encontrar uma foto tão genial. Bate aos pontos o erotismo estilizado que se encontra por tudo quanto é sítio.
 

terça-feira, junho 06, 2006

She moves on
Gomes exclamava de três em três minutos: «Sou muito apaixonado por ela!» Nem se dava conta de que se repetia. Usava a expressão abrasileirada («Sou muito apaixonado»), sugerindo que as portuguesas («Estou muito apaixonado», ou mesmo: «Gosto muito») não serviam. Não se tratava de uma coisa passageira, como «estar», e ainda menos de uma acção que ele de alguma maneira fizesse (como «gostar»).

A tocar na playlist: She moves on, letra e música de Paul Simon, do álbum The Rythm of the Saints (1990). Esta gravação, do álbum ao vivo Concert in the Park (1991).
 
A ler
O mundo aldrabado.

*

Bom dia!
 
A little faith

Clicando na imagem, a vida melhora instantaneamente


Ike: Well… I ran. I tried to call you on the phone but it was busy, so… I knew that was two hours worth of… I couldn’t get a taxi cab, so I ran. Where are you going?
Tracey: London.
Ike: You’re going to London now? What do you mean? If I got over here two minutes later you’d be gone to London?
[Tracey acena que sim com a cabeça.]
Ike: Well... let me get right to the point, then. I don’t think you oughta go. I think I made a big mistake and I’d prefer if you didn’t go.
Tracey: Isaac…
Ike: I mean it. I know it looks real bad now, but… you know… Are you seeing anybody? Are you going with anybody?
Tracey: No.
Ike: So… well… D’you still love me, or has that worn off, or what?
Tracey: Jesus, you… pop up… You don’t call me and then you suddenly appear. I mean… What happened to that woman you met?
Ike: Well, I’ll tell you … I don’t see her any more. I made a mistake. What do you want me to say? I made a mistake.
I don’t think you oughta go to London.
Tracey: Well, I have to go. I mean, all the plans have been made, arrangements. I mean, my parents are there now looking for a place for me to live.
Ike: Well… do you still love me, or what?
Tracey: Do you love me?
Ike: Well, yeah, of course, that’s what this is all about… you know.
Tracey: Guess what, I turned 18 the other day. I’m legal, but I’m still a kid.
Ike: You’re not such a kid. 18 years old. They could draft you… In some countries you would be…
You look good…
Tracey: You really hurt me.
Ike: It was not on purpose… you know. I mean… it was just the way I was looking at things then…
Tracey: Well, I’ll be back in six months.
Ike: Six months, are you kidding?! Six months you’re gonna go for?!
Tracey: We’ve gone this long. I mean, what is six months if we love each other?
Ike: Hey, don’t be so mature, ok? I mean, six months is a long time. Six months! You know, you’re gonna be working in a theater with actors and directors… You go to rehearsal, you hang out with these people, you have lunch a lot… Before you know it, attachments form and… you know… you don’t want to get into that kind of… You’ll change. In six months, you’ll be a completely different person.
Tracey: Well, don’t you want me to have that experience? I mean, a while ago you made such a convincing case…
Ike: Of course I do, but you know… I just don’t want that thing about you that I like to change…
Tracey: I’ve gotta make a plane.
Ike: Oh, come on, you… you don’t have to go.
Tracey: Why couldn’t you have brought this up last week?
Six months isn’t so long. Not everyone gets corrupted. You have to have a little faith in people.
[Manhattan, de Woody Allen, última cena.]
 

segunda-feira, junho 05, 2006

Gostoso


É claro que gostoso é uma palavra muitíssimo comum entre nós. Talvez a embirração seja com «gostosa», no sentido de «boazona»: isso, sim, seria uma importação do Brasil. E, na minha impressão, não das mais felizes. Por outro lado, devíamos importar «transar», «trepada», «trepar» e «ficar» (em sentido sexual).

- «Vocês estão namorando?»
- «Não, a gente só fica.»

[Mas, no melhor blogue possível de Rui Tavares, a leitura imprescindível é esta.]
 

sexta-feira, junho 02, 2006

Frente Popular


«Talvez fique bem no teu blog. É um resultado da busca de fotografias para ilustrar um artigo sobre a Frente Popular. Mas deve ser bastante mais recente. O site é húngaro, creio.»
[João Arsénio Nunes, por email]
 

quinta-feira, junho 01, 2006

Outro fado
Pus a tocar o Johnny Cash, «So doggone lonesome» (1955), ali na playlist. Persisto no modelo liberal de não pôr a música a tocar imediatamente quando se chega à página, deixando a cada um a escolha de carregar no botão. Mas é para carregar no botão, foi para isso que eu lá pus a música. Obrigados.

So doggone lonesome
I do my best to hide this lowdown feelin'
I try to make believe there's nothing wrong
But they're always asking me about you, darling
And it hurts me so to tell 'em that you're gone

If they ask me I guess I'd be denyin'
that I've been unhappy all alone
But if they heard my heart they'd hear it cryin'
Where's my darling, when's she coming home?

I ask myself a million times what's right for me to do
To try to lose my blues alone or hang around for you
But I make it pretty good until that moon comes shining through
And that I get so doggone lonesome etc.
 
As legendas
Em Monty Python and the Holy Grail, na versão em dvd, existe uma opção que permite ver o filme tendo por legendas o Hamlet em norueguês; se não é isto, é uma coisa parecida. Acho que se chama «versão para quem não gosta do filme». Hoje no cinema dei-me conta da lógica desta opção. Aquilo que, cada vez mais, nos é oferecido pelos tradutores é uma história paralela, que podemos seguir com maior ou menor prazer consoante prefiramos uma ou a outra. Temos dois cursos vagamente aparentados, digamos que nascendo ambos de uma fonte comum; depois o texto prossegue, contando histórias sobre a tela.

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